quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Botox pode causar danos à saúde.



Cada vez mais mulheres se submetem a tratamentos estéticos, alguns vários com uso do botox, para amenizar as linhas que o tempo insiste em marcar em seus rostos.

A cobrança cada vez maior de que temos que ser "jovens e belas" por todo o sempre tem provocado uma corrida às clinicas de estética e consultórios de cirurgia plástica. Todas à procura de soluções mágicas que encubram o envelhecer, um processo natural, rico e belo  mas, que não é valorizado em nossa cultura, infelizmente.

Fico me perguntando quais são os limites da vaidade humana? Acho que devemos procurar estar bonita, bem cuidada, feliz com nossa imagem mas, não é preciso exagerar pois o excesso não é saudável nem belo. Vejo várias pessoas que se submeteram ao uso de botox e ficaram sem expressão facial e mudaram totalmente o rosto, deixaram de ser elas mesmas.

Além do mais. trata-se de um procedimento muito novo cujos danos à saúde começam a ser agora constatados através de pesquisas, como mostra a reportagem divulgada hoje pelo www.folha.com.br.

Portanto,  é preciso ter muito cuidado antes de decidir qual será o meio que você usará para tentar deter a ação do tempo no seu corpo e alimentar sua vaidade:



Botox pode causar atrofia em músculo, aponta pesquisa



Estudo feito na Universidade de Calgary, Canadá, sugere que o uso prolongado da toxina botulínica pode causar atrofia e perda de força muscular tanto nas regiões próximas quanto nas distantes do local da aplicação.

O levantamento, que será publicado no "Journal of Biomedics", avaliou efeitos de aplicações em 20 coelhos, divididos em quatro grupos.O grupo submetido ao maior número de doses e por mais tempo (seis meses), apresentou maior atrofia e maior perda de força e de massa musculares.

Estudos anteriores já haviam apontado que a aplicação de botox poderia causar esses mesmos efeitos. Médicos ouvidos pela Folha afirmaram que músculos próximos ao local que recebeu a aplicação podem ser afetados, ainda que isso seja raro.
No entanto, essa é a primeira pesquisa a mostrar que os efeitos podem ocorrer em áreas do corpo distantes daquela que recebeu a injeção.
No estudo com os coelhos, foram observadas atrofia e perda da força muscular nas patas que receberam a toxina e nas que não receberam.
Editoria de Arte/Folhapress

HUMANOS E ANIMAIS
As dosagens aplicadas na pesquisa foram similares às usadas em tratamentos terapêuticos -como em casos de espaticidade, que é uma rigidez excessiva da musculatura, sequela comum em pessoas que tiveram derrame. Essas quantidades costumam ser seis vezes maiores do que as usadas em tratamentos estéticos.

Segundo o fisioterapeuta Rafael Fortuna, autor da pesquisa, os resultados sugerem que podem ocorrer esses efeitos com o uso prolongado da toxina tanto em tratamentos terapêuticos quanto estéticos, já que a substância é a mesma, como ele diz.

Mas, segundo o pesquisador, é difícil prever que os efeitos em humanos sejam exatamente iguais aos observados em animais.

O neurologista Henrique Ballalai Ferraz, do departamento de transtornos do movimento da Academia Brasileira de Neurologia, diz que já se suspeitava da ação à distância da toxina botulínica.

Mas, segundo ele, os resultados da pesquisa só são relevantes para quem utiliza doses muito elevadas da substância, o que é incomum.

Carlos Casagrande, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, concorda.
"São feitas milhares de aplicações estéticas de botox todos os dias e não há relatos desses efeitos sistêmicos, de aplicar numa região e um músculo distante ser paralisado", diz.

Sobre as causas desse efeito, Fortuna diz que há apenas especulações. Uma é que a toxina migra de região pela corrente sanguínea.

"Como o botox é utilizado há relativamente pouco tempo [nos EUA, ele foi aprovado em 1989], há poucos estudos sobre seu uso prolongado", diz o pesquisador. Por isso, ele recomenda "cautela e bom senso" em seu uso.

Fortuna, no entanto, diz acreditar que os efeitos positivos do botox, em especial no uso terapêutico (para problemas como estrabismo, hiper-hidrose e paralisia cerebral), compensam os riscos.

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